Há 86 anos, em 1922, ano do centenário da proclamação da Independência, ano da Fundação do Partido Comunista no Brasil, ano da Semana de arte Moderna, um episódio singular marcou definitivamente a história do nosso país, “Os 18 do Forte”.
Assim ficou conhecido o levante tenentista, contra a crueldade e injustiça das oligarquias.A luta se iniciou no Forte de Copacabana com 301 amotinados, durante todo dia 5 o Forte foi duramente bombardeado pelas tropas legalistas, apenas 17 militares permaneceram na luta, e mudando de tática resolveram abandonar o forte e partir para as ruas para o confronto direto, contaram então com a adesão de um civil, o Engenheiro Otávio Corrêa.
Dos 18 heróis que se bateram em combate, apenas dois sobreviveram, Siqueira Campos e Eduardo Gomes, mas embora tenham dado suas vidas por um ideal não morreram em vão, pois desta luta inicial outras batalhas seguiriam.
Em 5 de julho de 1924, exatamente dois anos depois do levante do Forte de Copacabana, estoura outra rebelião tenentista, desta vez em São Paulo, alastrando-se para Mato Grosso, Sergipe, Amazonas e Rio Grande do Sul. Em São Paulo com o apoio popular e do Exército é preso Abílio Noronha, comandante da 2ª Região Militar. O governador do estado fugiu ao saber do levante. As forças revolucionárias resistiram durante 22 dias de intenso bombardeio, mas após o cerco da cidade em 27 de julho teve fim a revolução. As tropas paulistas seguem, então, para o Paraná, na região de Foz do Iguaçu.
No Rio Grande do Sul acontecem levantes em 28 e 29 de Outubro. Sob o comando do Capitão Luiz Carlos Prestes é tomada a cidade de Santo Ângelo, e lançado por este um manifesto contra o capitalismo estrangeiro.Após dominarem a cidade por 3 dias os combatentes decidem seguir ao encontro das tropas paulistas.
Inicia-se aí a Coluna Prestes com cerca de 1.500 homens, seguindo pelo atual Mato Grosso do Sul, atravessa o país até o Maranhão, percorre parte do Nordeste, retorna a partir de Minas Gerais, refaz parte do trajeto da ida e cruza a fronteira com a Bolívia, em fevereiro de 1927. Sem jamais ser vencida. A Coluna Invicta (venceu todas as batalhas), enfrenta as tropas regulares do Exército ao lado de forças policiais dos Estados e tropas de jagunços.
É uma marcha heróica de mais de 25 mil km, contra a opressão do regime oligárquico e a entrega de nosso país ao capital estrangeiro.
Em 1935 resgatando os idéias de luta do 5 de julho de 1922 e de 1924, Prestes através da Aliança Nacional Libertadora (ANL) lança o Manifesto de 5 de Julho, conclamando as massas à luta contra o Imperialismo e pela revolução Proletária. Colocada na ilegalidade a ANL foi proibida de realizar qualquer atividade pública pela Lei de Segurança Nacional, a partir de então, a proposta de tomada do poder defendida pelos setores de oposição e, em particular, pelos comunistas começou a ganhar força dentro da ANL, culminando no motim iniciado em Natal, no dia 23 de novembro no 21° Batalhão de Caçadores. Foi instalado um Governo Popular Revolucionário, sob a liderança de João Praxedes de Andrade, sapateiro, membro da direção regional do PCB. Três dias depois do início do levante, civis e militares do Recife também iniciaram um movimento visando a derrubada do governo.
Na madrugada do dia seguinte, os levantes chegaram ao Distrito Federal, onde foram deflagrados ataques ao 3º Regimento de Infantaria, na Praia Vermelha; ao 2º Regimento de Infantaria e ao Batalhão de Comunicações, na Vila Militar; e à Escola de Aviação, no Campo dos Afonsos. Assim como no Recife, a mobilização no Rio de Janeiro foi rapidamente sufocada.
Hoje, procurando honrar as melhores tradições revolucionárias daqueles que lutaram pelo nosso povo, A Juventude 5 de Julho que ainda é uma pequena centelha, mas que tem a consciência da missão histórica que se coloca diante de todo povo brasileiro neste momento de intenso combate aos que ousam resistir a este sistema que nos condena à fome, miséria e violência, e que sabe que somente através do estudo e da organização conseguiremos vencer, convoca a todos que sentem a indignação pulsando em seu peito e a mente clamando por justiça a se juntarem a nós nesta luta que não é somente nossa, é de todos aqueles que a iniciaram e dos que a continuarão aqui e em todo mundo, para libertarmo-nos do jugo capitalista e alcançarmos em fim nossa verdadeira liberdade, nada temos a perder!
Viva o 5 de Julho de 1922 e os 18 do Forte!
Viva o 5 de Julho de 1924 e a Coluna Prestes!
Viva o 5 de Julho de 1935 e a Luta antimperialista!
Viva a Juventude 5 de Julho e a Revolução Comunista no Brasil!
*Panfleto repartido pola Juventude 5 de Julho e o Comité de Luta contra o Neoliberalismo conmemorando os feitos revolucionarios que tiveron lugar no Brasil os 5 de xullo de 1922, 1922 e 1935.
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Os Dias de Julho (Cántico revolucionario de 1934)
No dia 5 de julho, Cá na terra do café, Houve tremendo barulho, Por cauda do seu Mé.
Carlos de Campos, coitado Cujo destino deploro, Viu-se bem atrapalhado, Ante as forças do Isidoro.
Vendo as tropas vencedoras, Bem ligeiro, lampeirinho, Ao som das metralhadoras, Abriu o pé no caminho. "Carlito, amigo, não chores, Não tenhas medo da luta, Tua sorte não deplores, Que o Potyguara é batuta."
Depois, bem sabe o paulista, Tudo quanto aconteceu A tal força LEGALISTA Chegou, viu, mas ... não venceu. Fugindo covardemente, Ao lado de outros covardes, Foi pedir humildemente A proteção de Bernardes.
Meu caro amigo Rolinha, Estou no mato sem cachorro, Que será da vida minha, Se não me mandas socorro!
Ao receber a mensagem, O Rolinha amarelou Mas recobrando a coragem, O Potyguara enviou.
Pobre "Bela Adormecida"! Foi-se a última ilusão! E acordou espavorida, Ao trovejar do canhão.
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